domingo, 15 de novembro de 2009

Os best-sellers e eu

Pois sim, a rede na varanda, a calma e os livros. Minha relação com os best-sellers é recente. À época da explosão de O Código Da Vinci no mercado editorial, não dei a mínima. Estava profundamente apaixonada por Hermann Hesse para voltar os olhos para Dan Brown. Bem, mas um dia tinha que acontecer. E minha fascinação pelas aventuras de Robert Langdon, na verdade, foram precedidas por algo mais atual.
Crepúsculo! Sim, eu sei, é demasiado adolescente, mas não por isso me senti deslocada da narrativa [como me senti certa vez que tentei reler um livro do Marcos Rey; parecia que aquele universo que me encantara anos atrás tinha se transformado na boneca de pano que hoje acumula poeira na prateleira - tão distante]. Pelo contrário, o romance-quase-impossível de uma humana com um vampiro encanta e comove como a história da Cinderela [se você não se comove com esse conto de fadas, é melhor, então, parar de ler esse post!]. Sim, mas não estou escrevendo para defender Crepúsculo. Voltemos aos best-sellers, que, cedo ou tarde, entram nas nossas vidas.
E na minha eles entraram com força. Ora, são histórias divertidas, bem construídas, bem entrelaçadas, de linguagem simples e palatável... Para um domingo, como exemplifiquei no post anterior, não há nada melhor. Ao contrário do que algumas pessoas falam, não acho que os best-sellers sejam inferiores. Acredito que toda leitura é válida desde que proporcione prazer e estimule a imaginação do leitor. Dan Brown e Stephenie Meyer, pelo jeito, são mestres nisso...

Uma rede da varanda

Domingo é a cara da preguiça - não há quem conteste. E quando se tem uma varanda e uma rede estendida te provocando mais que o Hugh Jackman de cueca, aí é que a preguiça se multiplica. Há cerca de um mês, fiz uma pequena reforma na minha varanda. Infelizmente, a urgência da segurança me fez gradeá-la, mas a mudança acabou me dando mais privacidade do que me sitiando dentro da minha própria casa. Antes, onde havia uma grade baixa, agora há combogós - cujas aberturas são menores do que a da antiga grade. Resultado: posso me deitar na rede com mais tranquilidade, evitando os olhares de quem passa pela rua.
O clima é perfeito para ler, e eu tenho abusado disso nos últimos fins de semana. Foi deitada na rede que li, de um fôlego só, as últimas 200 páginas de O Código Da Vinci e de Anjos e Demônios, do mundialmente conhecido Dan Brown. Claro, além do sossego proporcionado pela rede na varanda, há ainda a intrigante trama construída pelo escritor, que me fez devorar as páginas, sedenta pelos finais surpreendentes dos dois livros.
No entanto, porém, todavia, nada é perfeito - e não seria minha maravilhosa rede na varanda que iria escapar a essa regra. Tive o infeliz azar [sim, é pra ser redundante mesmo] de ter vizinhos, digamos, com uma energia fora do comum - uma energia que eu adoraria que eles utilizassem para fins mais nobres do que para atazanar a vida dos outros com as piores músicas da face da Terra.
Hoje, porém, uma alma escapou das labaredas e subiu direto para o céu de brigadeiro que se fez em Fortaleza. Não havia o barulho habitual, não havia a música ruim ecoando nos muros das casas, misturando os acordes porcamente construídos que formam a sinfonia do demônio de sempre. Pois é. Por milagre, havia silêncio na rua - e, claro, eu não poderia deixar de desfrutar aquela calma de jeito nenhum.
Confortavelmente instalada na rede vermelha, com a cabeça apoiada no travesseiro, li Anjos e Demônios até a última página. Comecei ainda no início do dia e terminei com o sol já posto no horizonte. Foi só depois que fechei o livro que um acorde agitado rompeu o silêncio. Vitor e Leo cantavam. Resolvir dar-lhes uma colher de chá - a música era bem melhor do que os forrós esdrúxulos com que os vizinhos costumam me torturar.